Causa da Dislexia
A história familiar é um dos fatores de risco mais importantes: 23 a 65% as crianças disléxicas têm um parente com dislexia.
Características da dislexia
- Apresenta dificuldades ao ler, escrever, soletrar;
- Demora a aprender a falar, a fazer laços nos cadarços do sapato, a reconhecera as horas, a pegar e a chutar uma bola;
- Apresenta dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, os meses do ano, os dias da semana, sílabas das palavras compridas;
- Dificuldade em distinguir direita de esquerda;
- São caracterizados por um índice de inteligência normal ou acima da média;
- Têm iguais oportunidades educativas que as demais crianças da sala de aula;
- Não apresentam problemas de visão e audição;
- Condições afetivas adequadas pelos familiares;
- Conhecido como uma dificuldade inesperada, ou seja, não aparentemente a criança não possui motivo para ter a dificuldade;
- Dificuldade de concentração e períodos de atenção mais curtos;
- Dificuldade de memória
- Falta de organização de materiais;
- Não demonstram prazer na leitura;
- Falta de habilidade manual;
Manifestações na leitura e na escrita
- Inversão total ou parcial de palavras e números (ex: sol – los);
- Substituição de palavras por outras de estrutura mais ou menos similar ou criação de palavras com significado diferente (ex: travessa – atravessava);
- Adições ou omissões de sons, sílabas ou palavras;
- Dificuldade em soletrar e escrever corretamente;
- Limitações na leitura e escrita, com muitos erros ortográficos e uma qualidade da caligrafia bastante deficiente;
- Dificuldade na compreensão de textos;
- Velocidade de leitura mais lenta, com omissões de linhas do texto e/ou sons;
- Confusão de letras com escrita parecida, mas com diferente orientação no espaço (ex: b e d; ajuda – aduja);
- Dificuldade em diferenciar letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos (ex: d – t);
- Problemas na distinção entre a direita e a esquerda e dificuldades de coordenação de motora;
A constatação de que uma criança é possui dislexia provoca ansiedade tanto na família quanto na escola.
Na adolescência a dislexia pode vir acompanhada de problemas de comportamento, problemas com trabalho e de relacionamento com outras pessoas, pela falta de inclusão social e profissional dessa população, além de “marcas” em sua vida pela dificuldade escolar, o que pode acarretar em abandonar a escola.
Em relação à criança, observamos que definir a causa de suas dificuldades provoca mais sensação de alívio do que de angústia, pois pelo menos ela não ficará mais exposta ao rótulo de preguiçosa, desatenta, bagunceira etc. O diagnóstico é importante para dirigir as técnicas mais adequadas para a reintegração do aluno, objetivando tornar mais eficaz o plano de tratamento.
Algumas Considerações para a família e a escola
- Não há cura para a dislexia
- O disléxico precisa de atendimento especializado, motivação, estabilidade emocional, ensino apropriado e cooperação entre pais, professores e especialistas.
- Identificar o período do dia em que seu cérebro “funciona” melhor.
- O disléxico geralmente traz uma longa história de cobranças e fracassos, motivá-lo exige de nós mais esforço e disponibilidade
- Se o disléxico não aprende do jeito que ensinamos, temos de aprender a ensinar do jeito que ele aprende.
Adultos Disléxicos
Na idade adulta, podem ser observados os mesmos sintomas básicos da idade escolar, podendo ocasionar dificuldades de relacionamento e dificuldades na vida profissional, além de depressão, baixa auto-estima e por vezes uso abusivo de álcool e drogas.
Se o problema não for tratado antes de o indivíduo sair da escola, há duas hipóteses:
– Ele pode ter deixado a escola devido às sua dificuldades; neste caso, cicatrizes emocionais permanecerão.
– Ele pode ter conseguido terminar seu curso e até ter chegado a se graduar, tendo conseguido sozinho contornar suas dificuldades, ou algumas delas, graças a apoios e caminhos alternativos criados por ele mesmo. Isso não significa que o problema não exista mais, com certeza a pessoa o sente em determinadas ocasiões e tarefas.
Habilidades e Talentos que os Disléxicos podem ter
- Facilidade para construir ou consertar coisas quebradas
- Ser um ótimo amigo
- Ter idéias criativas e achar soluções originais para os problemas
- Desenhar e/ou pintar muito bem
- Ter ótimo desempenho no esporte
- Ter ótimo desempenho na música
- Demonstrar grande afinidade com a matemática
- Revelar-se bom contador de histórias
- Sobressair-se como ator ou dançarino
- Lembrar-se de detalhes
A dislexia não significa falta de inteligência e não impede que os disléxicos sejam bons profissionais. Abaixo estão os disléxicos que se destacaram e ficaram famosos:
A Dislexia e o Distúrbio de Aprendizagem envolvem alterações orgânicas e não são causados por problemas de metodologia escolar, mal relacionamento com o professor, falta de motivação e/ou interesse do aluno, como nos casos de dificuldades escolares. Esses problemas merecem a atenção redobrada de pais e professores, pois afetam a vida escolar da criança, que podem se perpetuar na fase adulta, acarretando sérios problemas, principalmente de ordem profissional e social.
Orientações Importantes para pais e professores de crianças com Dislexia e Distúrbio de Aprendizagem:
- O progresso, mesmo que pequeno, tem de ser observado e apreciado (importância do elogio para a auto- confiança).
- Concentrar-se nas capacidades e não nas incapacidades.
- O melhor ensino possível para essas crianças é na sala de aula normal, juntamente com outras crianças e com um professor que compreenda seus problemas e organize suas aulas de tal maneira que a ajuda/ orientação externa possa ser dada quando for preciso.
- Preferencialmente, o professor deve utilizar um programa de linguagem bastante estruturado e fazer uso de todos os canais sensoriais: audição, visão, memória, tato etc, tanto na escrita quanto na leitura; o que é chamado de ensino multissensorial.
- Focalize sempre o que ele faz melhor e encoraje-o a fazê-lo;
- Faça elogios por ele tentar fazer algo que considera difícil, e não o deixe desistir;
- Ressalte sempre as respostas corretas e não as erradas, valorizando seus acertos.
Tratamento?
O tratamento com disléxico serão indicados de acordo com suas dificuldades. Em casos acentuados, é indicado a reeducação que pode incluir: aquisição fonética (letras e sons), leitura, soletração, vocabulário, escrita e interpretação. Pode ser estimulado por psicopedagoga, fonoaudióloga e psicóloga para melhorar sua auto-estima, autoconfiança e a ansiedade que acompanham o quadro de dificuldades de aprendizagem. Para D’Affonseca, a grande parte da intervenção psicopedagógica visará à busca dos talentos do disléxico, afinal os fracassos, sem dúvida, ele já os conhece bem. Outra tarefa da clínica psicopedagógica é ajudar essa pessoa a descobrir modos compensatórios de aprender. Jogos, leituras compartilhadas, atividades específicas para desenvolver a escrita e habilidades de memória e atenção fazem parte do processo de intervenção. À medida que o disléxico se perceber capaz de produzir poderá avançar no seu processo de aprendizagem e iniciar o resgate de sua auto-estima.
Além disso, cabe destacar a importância dos professores compreenderem o problema da criança disléxica para que não seja taxada de “preguiçosa” ou malandra, e da participação dos pais como defensores, facilitadores de intervenções apropriadas e fonte de apoio emocional. É importante que os pais forneçam experiências de êxito a seus filhos e monitorem os problemas psicológicos secundários, coloca. (D’Affonseca, 2009) em seus estudos.
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