terça-feira, 22 de setembro de 2009

Demora na Fala






Demora de Fala





Existe um grande número de crianças que mesmo sadias, ainda não falam, essa "demora" para falar, muitas vezes ocasiona, angústia nos pais.

Qual é a idade correta de uma criança falar? Algumas crianças apresentam uma "demora" para iniciar toda a sua tagarelice, porém, os pais ficam angustiados por não saber o que fazer, mas o que fazer?
Este trabalho surgiu a partir do caso Matheus, descrito abaixo, que traduz em síntese a demora de uma criança para falar.
Matheus é um garoto esperto, para falar a verdade é muito travesso. Não consegue ficar parado nem por um minuto, tudo ele pega, tudo ele quer, tudo ele mexe. Quando Matheus chega vira a atenção principal, a família inteira paparica, corre atrás, chama, grita e ele aproveita para bagunçar.
Apesar de muitos brinquedos nunca pára para pegar qualquer um deles, a não ser para quebrar. Carrinho nem pensar, não fica um inteiro. A única coisa com que ainda brinca é bola, isso ele gosta bastante, mas dura só uns dois dias. ..
Porém, ainda não fala. Poucas são as palavras que consegue dizer com clareza, ou seja, não que esteja completa mas dá para entender o que ele quer. Todavia, compreende tudo o que é dito à ele, quando perguntado consegue se explicar com gestos, sabe o nome de todos os familiares, mas não fala nenhum.
Algum tempo atrás foi ao médico para fazer uns exames e saber o motivo de não falar ainda, o resultado foi categórico: "está esbanjando saúde não fala porque não quer".
Será que ele não quer mesmo ou tem motivos para não falar?


A compreensão da linguagem precede a compreensão da fala, como Matheus, a criança comunica-se com gestos, olhares e mímica antes de se expressar verbalmente. A criança pode compreender muitas palavras mesmo sem saber articulá-las. Todo ser humano precisa ter os órgãos sensoriais, motores e de articulação em perfeitas condições para desenvolver uma linguagem correta. Também é importante que esteja em interação social.
Para um bom desenvolvimento da linguagem, os fatores hereditários e o estado de saúde, também devem ser considerados, no caso, os médicos descartaram a hipótese de distúrbios como mudez, problemas de articulação, fonação, ritmo ou afasia.
Os problemas de linguagem são, em sua grande maioria, relacionados a dois aspectos: psicológico e orgânico.
A criança antes de controlar o próprio comportamento é capaz de controlar o ambiente através da fala. Como exemplo, poderia ser citado o caso de Matheus, já que ele apesar dos três anos, controla o ambiente sem falar.
A fala é tão importante quanto a própria ação, ambas fazem parte da mesma função psicológica e têm como objetivo resolver problemas, quanto mais complexa a ação, mais importante se torna a fala.
A fala permite que a criança tenha maior liberdade de ação, e que possa diminuir a impulsividade, espontaneidade, planejando as atividades, ou seja, se auto-regulando.
Além de facilitar a manipulação dos objetos, a fala também reorganiza o comportamento da criança, dando-lhe um formato humano, possibilitando que a criança oriente e controle as suas próprias ações sobre o meio.

A relação entre a fala e os instrumentos que são utilizados afeta algumas funções psicológicas como a percepção, as operações sensório-motoras e a atenção, cada uma das quais é parte de um sistema dinâmico de comportamento.


Quando a criança não sabe falar e não existe problema orgânico, é possível que a questão social seja a grande responsável. O que poderia explicar o caso Matheus, já que a sua família não permite que ele haja por si mesmo, ou seja, eles atendem sempre às suas solicitações, transformam-no em "centro de atenções", não sendo necessário para ele utilizar a fala para ser compreendido, pois a comunicação não-verbal já os satisfazem. Assim, Matheus aos 3 anos, não fala, usa fralda, não come sozinho entre outras coisas, o que revela diferenças no seu desenvolvimento como um todo.
Todavia, para uma afirmação seria necessário encaminhar Matheus para uma avaliação médica e psicológica, de forma que os exames pudessem comprovar se a questão social, neste caso, é realmente a causa para a demora da fala. E, se assim for diagnosticado, a mãe também deverá ser encaminhada para um acompanhamento psicoterápico.
Devido a forma como a fala é utilizada na interação social entre os adultos e a criança, é possível prever se vai ser melhor ou pior o desenvolvimento da linguagem e do pensamento da criança. Para tanto, a criança vai se apropriando do social, internalizando e transformando o seu modo se organizar, planejar e atuar.
Como exemplo posso citar os casos em que as crianças não têm como modelo uma linguagem humana, ou mesmo nas famílias nas quais o grau de miséria, seja ela sócio-econômica e cultural, influem diretamente na criança, por meio do uso pobre da linguagem falada e escrita e até mesmo do uso da linguagem não-verbal.
O desenvolvimento da linguagem é muito importante para o ser humano, pois é antes de tudo um meio de comunicação, expressão e compreensão e é assim que interagimos socialmente.


8 Dicas para estimular a fala da criança
Pronuncie bem, fale  sempre corretamente com a criança e mostre como articular asa palavras, de forma agradável, é claro.
Force a Fala, se seu filho aponta para um objeto, por exemplo, não atenda e faça de conta que você não entendeu. Peça a ele que diga o nome do que quer.
Dê Espaço, proporcione momentos em que a criança fale. Deixe-a contar histórias, representar, conversar sobre o dia , contar uma piada etc.
Fale certo, não use palavras no diminutivo nem em linguagem “Tatibitate”. Por exemplo:em vez de  “pepeta”, diga  “chupeta”.
Tenha Paciência, fale com a criança, não por ela. Deixe- a terminar a fase no próprio tempo, mesmo que demore para completar a idéia.

. Cantar é um bom estímulo. Leva a criança a perceber as sílabas, o ritmo e a entonação das palavras.









Conversar muito com o bebê desde o nascimento.







. Ler livros para as crianças também é muito importante. As historinhas, além do estímulo que representam à imaginação, aumentam o vocabulário e a curiosidade sobre a linguagem.



 
http://www.abpp.com.br/artigos/11.htm

http://www.drauziovarella.com.br/entrevistas/fala1.asp




domingo, 20 de setembro de 2009

Linguagem Escrita




O que é a Linguagem Escrita?
         É um sistema simbólico de comunicação, que normalmente surge na sequência do desenvolvimento da linguagem oral. A linguagem escrita é constituída de um nível receptivo (leitura) e um nível expressivo (escrita).

Como a criança aprende a ler e a escrever?
         A leitura e a escrita são atividades complexas e se desenvolvem em três estágios:
-logográfico: a palavra é tratada como um todo e seu reconhecimento ocorre por meio de pistas contextuais (ex: formato e cor da palavra);
- alfabético: com a compreensão de que os sons representam e constituem a linguagem falada, a criança passa a utilizar uma estratégia fonológica em que há uma correspondência som-letra (fonema-grafema) para se ler e escrever;
- ortográfico: uso de sequências de letras e de padrões ortográficos que permitem o reconhecimento visual da palavra.
Como a criança desenvolve uma leitura competente?

         Através de um duplo processo que utiliza as rotas fonológica e lexical. Na rota fonológica, a pronúncia da palavra é construída através da aplicação de regras de correspondência grafo-fonêmica (em palavras novas, o aspecto auditivo da palavra é importante). Na rota lexical, o ítem escrito é reconhecido visualmente por sua forma ortográfica (em palavras mais familiares, o aspecto visual da palavra é importante).

Quais os domínios que estão envolvidos na Linguagem Escrita?

1) Leitura (linguagem receptiva):
a) decodificação do material escrito:
. processo fonológico (associação grafema-fonema);
. processo visual (reconhecimento de letras, sílabas e palavras).
b) compreensão do material lido:
. literal (extrair as informações principais, relacionar fatos e ações);
. inferencial (analisar criticamente, fazer relações entre diversos textos).

2) Escrita (linguagem expressiva):
a) codificação: escrever palavras corretas do ponto de vista ortográfico, utilizar sinais de pontuação;
b) discurso: produzir textos coerentes, criativos e com diferentes intenções comunicativas.
O que é um Distúrbio de Linguagem Escrita?
         De uma maneira geral, os distúrbios de linguagem escrita se caracterizam por uma dificuldade na aquisição e/ou no desenvolvimento da linguagem escrita.
         Os distúrbios de linguagem escrita podem se apresentar de forma mais específica (dislexias) ou geral (distúrbios de leitura e escrita).

Quais as causas de um Distúrbio da Linguagem Escrita? 
         A aprendizagem da leitura e da escrita requer um conjunto de diversas habilidades cognitivas em momentos diferentes do processo de aquisição. Caso estes recursos não estejam disponíveis, as habilidades de alfabetização não conseguirão prosseguir dentro do esperado.
         As dificuldades de linguagem escrita em crianças em idade escolar podem ser decorrentes de:
. fatores intrínsecos: genéticos, hereditários, de processamento das informações (auditivo ou visual) e psicoemocionais;
. fatores extrínsecos: ambientais, sociais e culturais.
Como se manifestam as dificuldades de Linguagem Escrita?
        
           Estudos mais recentes consideram a linguagem escrita como parte de um continuum da linguagem oral e, as duas, como parte de um processo geral de linguagem. Portanto, aprender a ler e escrever depende de habilidades adequadas de processamento da fala.

As principais dificuldades de Linguagem Escrita estão:

Nos processos gerais de linguagem:
. habilidades verbais e semânticas deficientes;
. falhas no processamento auditivo e na consciência fonológica;
. conhecimento limitado do vocabulário;
. habilidades de processamento inferencial e integrativo pouco desenvolvidas.

Na leitura (recepção):
. déficits de decodificação gráfica;
. dificuldade de compreensão do conteúdo lido.

Na escrita (expressão):
. disortografias (problemas ortográficos de diversas naturezas) e disgrafias (dificuldades diversas no traçado das letras);
. dificuldades no discurso escrito (textos pobres de conteúdo e de coerência).


Como são tratadas as alterações da Linguagem Escrita?
         O Fonoaudiólogo realiza, inicialmente, uma entrevista com a família (anamnese), a fim de obter todas as informações relevantes sobre a criança ou o adolescente que apresenta dificuldades. Em seguida, é feita uma cuidadosa e detalhada Avaliação de Linguagem com o objetivo de identificar potencialidades e deficiências do paciente.
             Determinado o tipo de tratamento mais eficiente para as necessidades do paciente, dá-se início à Terapia Fonoaudiológica propriamente dita.

site:www.fonologica.com


Atividades para estimular a linguagem







Bem antes de começarem a falar, os bebês já usam o olhar, a expressão facial e os gestos para se comunicarem.
Para que a comunicação evolua e a criança passe a fazer uso da linguagem oral, o ambiente em que ela vive deve ser rico em estímulos de todas as naturezas, particularmente a sonora. Neste sentido, os pais têm um papel fundamental na promoção deste desenvolvimento, ao poderem proporcionar as mais diversas experiências de comunicação a seus filhos.
Entre estas experiências, conversar com a criança constantemente é um dos aspectos mais importantes para que ela desenvolva de forma adequada a fala e a linguagem.
Seguem, abaixo, algumas sugestões de como estimular a fala e a linguagem da criança:
Entre 0 e 1 ano: Responda aos balbucios e vocalizações da criança; fale com ela sempre; leia livros com figuras todos os dias; diga rimas e cante músicas; fale o nome dos objetos do dia-a-dia e das pessoas conhecidas; leve-a a novos lugares e novas situações; brinque de jogos simples como “cadê-achou”.

Entre 1 e 2 anos: Encoraje os esforços da criança em falar novas palavras; fale com ela sobre tudo o que você está fazen­do quando está perto dela; fale de uma maneira simples e cla­ra; fale sobre novas situações e acontecimentos; olhe para a criança quando ela fala com você; descreva o que ela faz, sente e ouve; estimule a criança a ouvir discos de música infantil; elogie seus esforços.

Entre 2 e 3 anos: Repita novas palavras diversas vezes; aju­de a criança a ouvir e a seguir ordens através de jogos: “Pegue a bola”, “Cadê o nariz da boneca?”; leve a criança a passeios e fale com ela sobre o que vocês viram; deixe-a responder per­guntas simples; leia livros todos os dias, como uma parte da rotina; ouça a criança com atenção quando ela conversa com você; descreva o que você está fazendo, planejando e pensan­do; faça a criança levar mensagens simples (ex: Vá chamar o seu amigo.); estabeleça um diálogo; faça perguntas para que a criança possa pensar e falar; demonstre à criança que você en­tende o que ela fala através de respostas, sorrisos e assentimen­tos com a cabeça; enriqueça o que ela fala, expandindo suas verbalizações. Se ela diz, “mais suco”, diga, “Você quer mais suco de laranja?”.

Entre 3 e 4 anos: Fale sobre as semelhanças e as diferenças entre os objetos; ajude a criança a contar histórias usando li­vros e figuras; estimule a criança a brincar com os colegas; leia histórias mais longas para ela; preste atenção à criança quando ela está conversando; converse com ela sobre os lugares que esteve ou que irá.

Entre 4 e 6 anos: Quando a criança iniciar uma conversação, preste atenção ao que diz; certifique-se que tem a atenção dela antes de falar; conforme a criança aprende novas palavras, a pronúncia pode não estar correta - encorage-a e elogie suas ten­tativas; dê uma pausa depois de falar - isto dá uma chance à criança de continuar a conversação; continue a expandir seu vocabulário introduzindo novas palavras e dando sua definição, ou usando-as em um contexto em que sejam facilmente com­preendidas; converse sobre relações espaciais e oposições; dê descrições ou dicas para que a criança identifique o que você está descrevendo; estimule a habilidade de categorizar os obje­tos, agrupando aqueles que possuem alguma similaridade (ex. alimentos, animais); fale sempre com a criança sobre os seus interesses.

“Se houver alguma suspeita de que seu filho não está evoluindo da maneira esperada em sua comunicação, procure um fonoaudiólogo que possa avaliar a criança e oferecer uma orientação mais adequada ao seu caso.”

site:www.fonologica.com

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Linguagem e a Síndrome de Down


A Fonoaudiologia e a síndrome de Down



As pessoas com síndrome de Down apresentam atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor, déficit cognitivo e, consequentemente, distúrbio de linguagem e também hipotonia orofacial. O setor de Fonoaudiologia da Aps Down tem por objetivo trabalhar a linguagem oral e escrita, aspectos cognitivos, motricidade orofacial, visando o desenvolvimento global e facilitando a inclusão na escola e na sociedade. A estimulação considera a idade da criança e as dificuldades apresentadas para cada faixa etária.

Como a aquisição de desenvolvimento da linguagem é um processo complexo, essas crianças geralmente adquirem a linguagem mais tarde. Também apresentam alterações de fala (trocas, omissões e substituições dos fonemas) e, por conta disso, maior dificuldade de expressão do que de compreensão e tendem a utilizar os gestos como seu principal meio de comunicação. Porém esses aspectos são variáveis no desenvolvimento de cada criança.
Por ser uma anomalia cromossômica, na Síndrome de Down ocorre redução do tônus dos lábios, das bochechas e da língua, esta permanece protuída e, consequentemente, ocorre falta de controle motor dos órgãos responsáveis pela articulação. O palato (”céu da boca”), na maioria das vezes, é alto e os lábios encontram-se entreabertos, o que pode ocasionar a respiração oral.
O fonoaudiólogo trabalhará com o desenvolvimento do sistema estomatognático e da fala, adequando os órgãos da fala e as funções (mastigação, deglutição e respiração). Também terá por objetivo desenvolver a linguagem, orientando pais e professores sobre esse processo, já que o seu desenvolvimento se dá a partir da interação da criança com o meio em que ela vive. Embora a Síndrome de Down seja classificada como uma deficiência mental, não se pode nunca predeterminar qual será o limite de desenvolvimento do indivíduo. A educação da pessoa com Síndrome de Down deve atender às suas necessidades especiais sem se desviar dos princípios básicos da educação proposta às demais pessoas.
A criança deve freqüentar desde cedo a escola, e esta deve valorizar sobretudo os acertos da criança, trabalhando sobre suas potencialidades para vencer as dificuldades.

Dislexia



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Causa da Dislexia
A história familiar é um dos fatores de risco mais importantes: 23 a 65% as crianças disléxicas têm um parente com dislexia.

Características da dislexia
  • Apresenta dificuldades ao ler, escrever, soletrar;
  • Demora a aprender a falar, a fazer laços nos cadarços do sapato, a reconhecera as horas, a pegar e a chutar uma bola;
  • Apresenta dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, os meses do ano, os dias da semana, sílabas das palavras compridas;
  • Dificuldade em distinguir direita de esquerda;
  • São caracterizados por um índice de inteligência normal ou acima da média;
  • Têm iguais oportunidades educativas que as demais crianças da sala de aula;
  • Não apresentam problemas de visão e audição;
  • Condições afetivas adequadas pelos familiares;
  • Conhecido como uma dificuldade inesperada, ou seja, não aparentemente a criança não possui motivo para ter a dificuldade;
  • Dificuldade de concentração e períodos de atenção mais curtos;
  • Dificuldade de memória
  • Falta de organização de materiais;
  • Não demonstram prazer na leitura;
  • Falta de habilidade manual;
Manifestações na leitura e na escrita
  • Inversão total ou parcial de palavras e números (ex: sol los);
  • Substituição de palavras por outras de estrutura mais ou menos similar ou criação de palavras com significado diferente (ex: travessa – atravessava);
  • Adições ou omissões de sons, sílabas ou palavras;
  • Dificuldade em soletrar e escrever corretamente;
  • Limitações na leitura e escrita, com muitos erros ortográficos e uma qualidade da caligrafia bastante deficiente;
  • Dificuldade na compreensão de textos;
  • Velocidade de leitura mais lenta, com omissões de linhas do texto e/ou sons;
  • Confusão de letras com escrita parecida, mas com diferente orientação no espaço (ex: b e d; ajuda – aduja);
  • Dificuldade em diferenciar letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos (ex: d – t);
  • Problemas na distinção entre a direita e a esquerda e dificuldades de coordenação de motora;
A constatação de que uma criança é possui dislexia provoca ansiedade tanto na família quanto na escola.
Na adolescência a dislexia pode vir acompanhada de problemas de comportamento, problemas com trabalho e de relacionamento com outras pessoas, pela falta de inclusão social e profissional dessa população, além de “marcas” em sua vida pela dificuldade escolar, o que pode acarretar em abandonar a escola.
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Em relação à criança, observamos que definir a causa de suas dificuldades provoca mais sensação de alívio do que de angústia, pois pelo menos ela não ficará mais exposta ao rótulo de preguiçosa, desatenta, bagunceira etc. O diagnóstico é importante para dirigir as técnicas mais adequadas para a reintegração do aluno, objetivando tornar mais eficaz o plano de tratamento.

Algumas Considerações para a família e a escola
  • Não há cura para a dislexia
  • O disléxico precisa de atendimento especializado, motivação, estabilidade emocional, ensino apropriado e cooperação entre pais, professores e especialistas.
  • Identificar o período do dia em que seu cérebro “funciona” melhor.
  • O disléxico geralmente traz uma longa história de cobranças e fracassos, motivá-lo exige de nós mais esforço e disponibilidade
  • Se o disléxico não aprende do jeito que ensinamos, temos de aprender a ensinar do jeito que ele aprende.

Adultos Disléxicos
Na idade adulta, podem ser observados os mesmos sintomas básicos da idade escolar, podendo ocasionar dificuldades de relacionamento e dificuldades na vida profissional, além de depressão, baixa auto-estima e por vezes uso abusivo de álcool e drogas.
Se o problema não for tratado antes de o indivíduo sair da escola, há duas hipóteses:
– Ele pode ter deixado a escola devido às sua dificuldades; neste caso, cicatrizes emocionais permanecerão.
– Ele pode ter conseguido terminar seu curso e até ter chegado a se graduar, tendo conseguido sozinho contornar suas dificuldades, ou algumas delas, graças a apoios e caminhos alternativos criados por ele mesmo. Isso não significa que o problema não exista mais, com certeza a pessoa o sente em determinadas ocasiões e tarefas.
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Habilidades e Talentos que os Disléxicos podem ter
  • Facilidade para construir ou consertar coisas quebradas
  • Ser um ótimo amigo
  • Ter idéias criativas e achar soluções originais para os problemas
  • Desenhar e/ou pintar muito bem
  • Ter ótimo desempenho no esporte
  • Ter ótimo desempenho na música
  • Demonstrar grande afinidade com a matemática
  • Revelar-se bom contador de histórias
  • Sobressair-se como ator ou dançarino
  • Lembrar-se de detalhes
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A dislexia não significa falta de inteligência e não impede que os disléxicos sejam bons profissionais. Abaixo estão os disléxicos que se destacaram e ficaram famosos:
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A Dislexia e o Distúrbio de Aprendizagem envolvem alterações orgânicas e não são causados por problemas de metodologia escolar, mal relacionamento com o professor, falta de motivação e/ou interesse do aluno, como nos casos de dificuldades escolares. Esses problemas merecem a atenção redobrada de pais e professores, pois afetam a vida escolar da criança, que podem se perpetuar na fase adulta, acarretando sérios problemas, principalmente de ordem profissional e social.

Orientações Importantes para pais e professores de crianças com Dislexia e Distúrbio de Aprendizagem:
  • O progresso, mesmo que pequeno, tem de ser observado e apreciado (importância do elogio para a auto- confiança).
  • Concentrar-se nas capacidades e não nas incapacidades.
  • O melhor ensino possível para essas crianças é na sala de aula normal, juntamente com outras crianças e com um professor que compreenda seus problemas e organize suas aulas de tal maneira que a ajuda/ orientação externa possa ser dada quando for preciso.
  • Preferencialmente, o professor deve utilizar um programa de linguagem bastante estruturado e fazer uso de todos os canais sensoriais: audição, visão, memória, tato etc, tanto na escrita quanto na leitura; o que é chamado de ensino multissensorial.
  • Focalize sempre o que ele faz melhor e encoraje-o a fazê-lo;
  • Faça elogios por ele tentar fazer algo que considera difícil, e não o deixe desistir;
  • Ressalte sempre as respostas corretas e não as erradas, valorizando seus acertos.

Tratamento?

O tratamento com disléxico serão indicados de acordo com suas dificuldades. Em casos acentuados, é indicado a reeducação que pode incluir: aquisição fonética (letras e sons), leitura, soletração, vocabulário, escrita e interpretação. Pode ser estimulado por psicopedagoga, fonoaudióloga e psicóloga para melhorar sua auto-estima, autoconfiança e a ansiedade que acompanham o quadro de dificuldades de aprendizagem. Para D’Affonseca, a grande parte da intervenção psicopedagógica visará à busca dos talentos do disléxico, afinal os fracassos, sem dúvida, ele já os conhece bem. Outra tarefa da clínica psicopedagógica é ajudar essa pessoa a descobrir modos compensatórios de aprender. Jogos, leituras compartilhadas, atividades específicas para desenvolver a escrita e habilidades de memória e atenção fazem parte do processo de intervenção. À medida que o disléxico se perceber capaz de produzir poderá avançar no seu processo de aprendizagem e iniciar o resgate de sua auto-estima.
Além disso, cabe destacar a importância dos professores compreenderem o problema da criança disléxica para que não seja taxada de “preguiçosa” ou malandra, e da participação dos pais como defensores, facilitadores de intervenções apropriadas e fonte de apoio emocional. É importante que os pais forneçam experiências de êxito a seus filhos e monitorem os problemas psicológicos secundários, coloca. (D’Affonseca, 2009) em seus estudos.

Afasia




AFASIA
A afasia é por si só a perda da capacidade e das habilidades de linguagem falada e escrita.
A comunicação pela linguagem falada é peculiar aos seres humanos, sendo diferencialmente localizada no hemisfério esquerdo e se correlacionando com assimetrias anatômicas (lobos frontal e temporal).
A afasia é um sintoma comum na neurologia clínica, muitas vezes como conseqüência de um acidente vascular cerebral cuja localização geralmente se dá junto à artéria cerebral média esquerda ou nos ramos junto à região do cérebro responsável pela linguagem. Outras podem ser causadas por infecções e manifestações degenerativas locais comprometendo a área especificada.
Existem peculiaridades que diferenciam as afasias e proporcionam ao médico uma determinação da topografia da região afetada, independente da causa, portanto podemos dividi-las em:

Afasia de Broca
A afasia de Broca caracteriza-se por grande dificuldade em falar, porém a compreensão da linguagem encontra-se preservada. Essa síndrome é também dita como afasia não fluente, de expressão ou motora: os pacientes conseguem executar normalmente a leitura silenciosa, mas a escrita está comprometida. Esses pacientes possuem, ainda, fraqueza na hemiface e membro superior direito (devido à proximidade das regiões afetadas pelo distúrbio circulatório). Os pacientes têm consciência do seu déficit e se deprimem com facilidade (frustração). Entretanto, o prognóstico é bom quanto à recuperação de parte da linguagem falada, embora sejam necessários meses para a realização de uma fala simples, abreviada, ainda que não fluente.

Afasia de Wernicke
A afasia de Wernicke caracteriza-se por dificuldade na compreensão da linguagem, a fala é fluente e faz pouco sentido. Essa síndrome é também denominada afasia fluente, de recepção ou sensorial. Diferente dos pacientes com afasia de Broca, os pacientes com essa síndrome começam a falar espontaneamente, embora de modo vago, fugindo do objetivo da conversa. Pode existir parafasias, isto é, uma palavra substituindo outra, como chamar uma colher de garfo (parafasia literal), ou um som substituindo outro, como ao chamar uma colher de mulher (parafasia verbal); geralmente, não apresentam fraqueza associada, os pacientes não se dão conta de seu déficit e a recuperação é mais difícil.

Afasia de Condução
Na afasia de condução, a compreensão está relativamente preservada e a fala é fluente e espontânea. Existe, entretanto, incapacidade de repetir palavras corretamente.

Afasia Global
Afasia global é a perda de todas as capacidades de linguagem: compreensão, fala, leitura e escrita, sendo causado geralmente por um infarto completo no território da artéria cerebral média esquerda; os pacientes, sendo assim, também apresentam geralmente hemiplegia direita (total perda de força no lado direito do corpo), além de demência associada; o prognóstico é mais rese

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fala

• Como acontece nossa fala?

Para falarmos precisamos, inicialmente, inspirar para criar pressão pulmonar.

O ar vindo dos pulmões na expiração, passa pelas pregas vocais e as faz vibrar (como o ar de dentro uma bexiga faz sua abertura vibrar).






Cada fonema (letra) exige um posicionamento diferente dessas estruturas. Por exemplo, para falar /t/ precisamos colocar nossa língua no céu da boca, atrás dos dentes superiores. Já para falar /k/, o dorso da língua bate no fundo do céu da boca. Para monitorar nossa fala utilizamos nossa audição, tanto para controlar seu volume em diferentes ambientes, como para verificar se os sons estão sendo pronunciados de maneira correta.

Para coordenar e programar tudo isso acontecendo simultaneamente e de maneira harmoniosa, e para organizar as idéias e os pensamentos que vamos transmitir, usamos o sistema nervoso (central e periférico).





O desenvolvimento lingüístico do bebê.
Desde a vida intra-uterina, o ser humano já possui um aparato auditivo. O ideal é que os pais iniciem uma interação desde a gestação através de músicas e, até mesmo, do carinho na barriga da mãe.
Segundo estudiosos, foram realizadas experiências nas quais constatavam que o bebê ao ouvir a voz da mãe e as músicas que eram tocadas durante a gestação sugava a chupeta com maior força.
A voz da mãe funciona como uma espécie de boas vindas logo após o nascimento, fazendo com que o bebê se sinta mais confortável e tranqüilo.
Sabe-se que a linguagem é tida como um todo, porém, para que se possa compreender seu processo de aquisição é fundamental que se analise o aspecto motor que é representado pelos movimentos do aparelho fonador, nesse caso denominado de fala.

O desenvolvimento da fala se inicia com o grito no momento do nascimento, nesse instante o oxigênio entra pelos pulmões do recém-nascido, expandindo-se, trazendo uma sensação desagradável. Os gritos são os primeiros sons emitidos pelo recém-nascido. À partir de duas ou três semanas o choro passa a se diferenciar, dependendo do tipo de estímulo que a criança estará exposta. Nesse momento a mãe começa a diferenciar as causas do choro (fome, dor, etc.).
O desenvolvimento muscular dos órgãos da articulação (face, lábios, língua, palato e faringe) ocorre através dos reflexos de sucção, mordida, deglutição, mastigação.
É fundamental estimular a criança de forma auditiva e afetiva para que se tenha um desenvolvimento da linguagem dentro dos padrões da normalidade.

Curiosidades do desenvolvimento lingüístico:
● Animismo: a criança dá vida a todas as coisas, em especial aos seus brinquedos, em seguida passa a perceber que somente os animais e os homens possuem vida.
● Finalismo: tudo deve ter um fim específico, uma utilização concreta. Ex: a galinha existe para nos fornecer ovos.
● Pensamento Mágico: A criança desenvolve rituais e superstições. Ela acredita que seus pensamentos podem influenciar o seu meio.

Quando levar ao Fonoaudiólogo ?
No desenvolvimento da fala da criança é normal uma Dislalia de evolução,ou seja trocas ou omissões de fonemas de acordo com sua idade cronológica .
Digo sempre que a criança no dia do seu aniversário de 5 anos deve cantar o Parabéns pra você todo certo e dizer Obrigado pelo presente. Se não o fizer, está na hora de procurar uma Fono,pois algumas escolas atualmente iniciam a alfabetização nesta idade,e neste caso ele começará a falar e escrever errado.

Há porém casos a parte como por exemplo o atraso de linguagem . A criança às vezes fala somente as vogais aos dois anos e meio, e estando já na escola os outros coleguinhas começam a ignorá-lo ou ridicularizá-lo.Ele vai se isolando e evitando muitas vezes ir ao colégio.Está na hora de procurar uma Fono que dará a estimulação necessária ao seu desenvolvimento e orientação adequada aos pais.
O Sigmatismo, projeção de língua entre dentes nos fonemas/S/ e /Z/ associado a Deglutição Atípica ,a partir de 4 anos ,podem provocar futuramente sérios problemas de projeção de arcada. Muitas vezes observa-se ainda uma respiração bucal exagerada que também deve ser tratada logo.
Outra problemática de fala que preocupa os pais é a Gagueira.Assim como a Dislalia ,existe a Gagueira de evolução em crianças entre 2 e 5 anos,causadas pela perda de uma pessoa muito chegada a ele,o nascimento de um irmãozinho,separação dos pais etc.Neste caso é deixar passar sem chamar muita atenção procurando estar atento ao problema emocional causador desta Gagueira.Após os seis anos já é caso de tratamento.A fala rápida atropelada também é um tipo de gagueira que deve ser cuidada.Aos que chegaram a idade adulta com todas estas problemáticas citadas,venha tratar-se,tem jeito rápido.

AVC



O termo acidente vascular cerebral (AVC) significa o comprometimento súbito da função cerebral causado por inúmeras alterações histopatológicas que envolvem um ou vários vasos sangüíneos intracranianos ou extracranianos. Estas doenças cerebrovasculares constituem a terceira causa de morte no mundo.

O acidente vascular isquêmico consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes daquela região afetada, produzindo uma sintomatologia ou déficits característicos (Aspesi e Gobatto,2001).

No acidente vascular hemorrágico existe hemorragia (sangramento) local, com outros fatores complicadores tais como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais (Aspesi e Gobatto,2001

TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Inicialmente deve-se diferenciar entre AVC isquêmico ou hemorrágico. O tratamento inclui a identificação e controle dos fatores de risco, o uso de terapia antitrombótica e endarterectomia (cirurgia para a retirada do coágulo da artéria) de carótida em alguns casos selecionados. A avaliação e o acompanhamento neurológicos regulares são componentes importantes para a prevenção bem como o controle de hipertensão, diabete, suspensão do tabagismo que acabam por diminuir a incidência de AVC.


Torna-se importante a formação de uma equipe multiprofissional cada qual com suas especialidades, mas unidos para uma só razão: de beneficiar o paciente lesado por um acidente vascular cerebral. Cabe a Fonoaudiologia atuar com estes pacientes na prevenção de seqüelas, assim como, no restabelecimento das funções lesadas. Este é o principal objetivo da Fonoaudiologia Hospitalar.


Ao observarmos o quadro acima, podemos nos ater em duas áreas correlacionadas a fonoaudiologia, o lobo frontal e temporal nos quais se encontram as Área de Broca, o córtex responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke , o córtex responsável pela compreensão verbal, áreas diretamente ligadas a comunicação humana e de responsabilidade do fonoaudiólogo.
Outra função muito importante, que pode ser afetada por um AVC, pode ser a Deglutição. O Centro da deglutição localiza-se no mapa a cima na região descrita por Base do Cérebro, onde nesta área encontram-se os nervos cranianos responsáveis pelas funções oro faciais.

Quando atingida esta área, muitas vezes o paciente irá necessitar de via alternativa para deglutição, por não apresentar deglutição segura. Quando isto acontecer, é necessário a avaliação de um fonoaudióloga especialista neste assunto (disfagia), para verificar a real segurança do paciente. Caso ele não esteja deglutindo de forma eficaz, o alimento poderá estar indo para via respiratória e sendo aspirado pelo pulmão. O que pode gerar uma pneumonia por aspiração de alimento e complicar o quadro clínico do paciente, podendo leva-lo de volta à UTI, ou em casos mais graves, até a morte
Eis a importância da avaliação de um fonoaudiólogo especialista nesta área (disfagia), muitas vezes ainda no leito hospitalar, ou nos primeiros dias após o AVC. É o fonoaudiólogo quem analisa e investiga as condições do paciente estar degluitindo de forma segura e eficaz. Há muitos aspectos a serem analisados para tal segurança.

BIBLIOGRAFIA
1. ANDRÉ, Charles. Manual de AVC. 1a edição. Editora Revinter: Rio de janeiro, 1999.
2. CAMBIER,J.;MASSON,M.;DEHEN,H. Manual de neurologia. 9a edição. Editora MEDSI: São Paulo, 1999.
3. MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia funcional. 2a edição. Editora Atheneu. Rio de Janeiro, 1993


Fernanda Pereira Figueiró
Fonoaudióloga - CRFa - RS/T-RJ- 8001

Neo-Clínica